sexta-feira, 1 de abril de 2011

Mimnermo

1 W (7 G-P)
E que vida, que deleite sem dourada Afrodite?
  Que eu morra quando disto não mais me ocupar,
escondido amor, amáveis dons e a cama,
  como flores da juventude, são atraentes
a varões e mulheres; mas quando vem a dolorosa
  velhice, feio ela torna até mesmo belo varão,
sempre molestam seu juízo vis preocupações
  e não se deleita vislumbrando o brilho do sol,
mas é odioso aos meninos e sem honra para as mulheres:
  assim aflitiva tornou a velhice o deus.

2 W (8 G-P)

Nós, tal folhas que gera a multifloreada estação,
  primavera, quando de pronto crescem com raios de sol,
iguais a elas, por um antebraço de tempo, com as flores da juventude
  deleitamo-nos, graças aos deuses não conhecendo nem mal
nem bem; as parcas ao lado estão postadas, negras,
  uma com a realização da velhice aflitiva,
a outra, com a da morte; dura pouco, da juventude,
  o fruto, enquanto sobre a terra se espraia o sol.
E quando essa realização da estação passar,
  de pronto estar morto é melhor que a vida.

Muitos males ocorrem no ânimo: ora de um a propriedade
  é consumida, e há os doloridos feitos da pobreza;
ora outro tem carência de filhos, os quais muitíssimo
  deseja ao descer da terra rumo ao Hades;
outro tem uma doença tira-vida. Não existe nenhum
  homem para quem Zeus não dá muitos males.

Um comentário:

  1. "O que é a vida ? O que é o prazer, sem a dourada Afrodite?
    Que eu morra, quando estas coisas já não me interessarem:
    o amor secreto, as suaves ofertas e a cama,
    que são flores da juventude sedutoras
    para homens e mulheres. Mas quando chega a dolorosa
    velhice, que faz até do homem belo um homem repulsivo,
    triste preocupações sempre lhe moem os pensamentos
    e já não sente prazer em contemplar a luz do sol,
    mas é odiado pelos rapazes e desonrado pelas mulheres.
    Assim áspera foi a velhice que o deus impôs."

    tradução Lourenço,2006

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