sexta-feira, 27 de maio de 2011

Píndaro: epinícios

Os versos iniciais de alguns epinícios pindáricos (se é que todos foram percebidos como epinícios na sua 1a performance):

Pítica 1:
Doirada lira, de Apolo e das cachos-violeta
Musas legítima posse comum: a ela ouve
o passo, início do júbilo,
e obedecem os cantores às notas
quando de proêmios guia-coro
acordes iniciais produzes, brandindo.

Pítica 2:
Ó megalópole, Siracusa, templo
de Ares fundo-na-guerra, nutriz divina
de varões e cavalos prazer-no-ferro,
para vós da reluzente Tebas levando esta
música venho, mensagem da quadriga sacode-a-terra,
na qual dominou Ierão vitorioso-no-carro
e coroou Ortígia com coroas longe-brilhante,
sede de Ártemis fluvial: não sem ela
aquelas jovens éguas rédea-variegada
com mãos suaves domaste.

Pítica 3:
Gostaria que Quirão, filho de Filira –
se carece nossa língua essa
palavra proclamar, comum –,
estivesse vivo, ele que já partiu,
broto de Crono amplo-domínio, filho de Urano,
e que, nos vales, regesse o Pélion a fera agreste
com espírito amigo de varões; como tal, um dia criou
o artífice de cura
fortifica-membro, gentil Asclépio,
herói defensor contra doença de todo o tipo.

Pítica 6
Ouvi: sim, o campo de Afrodite I
olhar-luzente ou das Graças
de novo aramos no retumbante umbigo
da terra após chegar no templo:
pelo pítica vitória, lá aos afortunados Emenidas,
à ribeirinha Ácragas e, sim, à Xenócrates
pronto tesouro de hinos no muito-ouro,
apolíneo vale foi erigido

Olímpica 2
Hinos regentes da lira,
que deus, que herói, que homem cantaremos?
Quanto a Pisa, é de Zeus. As Olimpíadas
Héracles fundou,
primícias da guerra.
E Terão, devido à quadriga traz-vitória,
deve-se proclamar, justo no respeito a estrangeiros,
bastião de Ácragas,
suprassumo apruma-urbe de ancestrais de bom nome.

Olímpica 3
Que aos hospitaleiros Tindaridas agrade
e à Helena de bela-coma,
isso rezo, a gloriosa Ácragas honrando,
ao erguer hino a Terão pela olímpica
vitória, suprassumo vindo de cavalos
com pés infatigáveis. Por isso a Musa, sim, junto a
mim esteve ao achar um modo lustre-novo
de na dórica sandália encaixar a voz

Ístmica 1
Minha mãe, Tebas escudo-doirado, o teu
interesse acima da falta de tempo
porei. Que comigo não se indigne a rochosa
Delos, à qual me lancei.
O que é mais caro aos bons que pais devotados?
Cede, Apolônia: com deuses
atrelarei a realização de duas graças,

Ístmica 2
Esses varões de antanho,
Trasíbulo, que no carro
das Musas diadema-doirado entravam
cooperando com a lira gloriosa,
rápido disparavam cantos melífluos nos jovens,
quando um, sendo belo, tinha a prazerosa
madureza que evoca Afrodite de bom trono.

Nemeia 1
Exalação venerável do Alfeu,
broto da venerável Siracusa, Ortígia,
leito de Ártemis,
irmã de Delos, de ti o canto
palavra-doce se lança para instaurar
grande elogio
aos cavalos pé-de-vento em benefício do Zeus do Etna;
e o carro de Crômio e os Nemeios me impelem,
a atrelar, para feitos porta-vitória, música encomiástica.

Nemeia 3
Ó senhora Musa, mãe nossa, suplico-te:
no sacro mês Nemeio à de muitos hóspedes
vem, à ilha dória de Egina; pois junto à água
do Asopis aguardam os jovens artífices
de cortejos melífluos, desejosos de tua voz.
Cada ação tem sede de algo distinto,
a vitória atlética sobremodo ama o canto,
o mais destro camarada de coroas e excelências:
dá abundância a partir da minha habilidade.

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