quinta-feira, 19 de maio de 2011

Simônides 542 PMG

A tradução de Simônides 542 PMG que deixei no xérox segue a reconstiuição canônica, aquela, por ex., de Hutchinson 2001.
A tradução abaixo, porém, segue a reconstituição de Beresford:
BERESFORD, Adam (2008) "Nobody's perfect: a new text and interpretation of Simonides PMG 542". CP 103: 237-56

Esse novo texto foi o adotado por Denyer no seu recente comentário ao Protágoras platônico (2008).
Não pude checar a edição de Poltera de 2008.

Para um homem, tornar-se verdadeiramente valoroso
é difícil – nas mãos, nos pés e no espírito,
feito um quadrado, construído sem mácula.
Somente um deus teria esse privilégio. A um homem
não é possível ser não vil
quando o destrói irremediável desgraça.
Todo homem, se está bem, é valoroso,
vil, se está mal[, e aqueles
que os deuses amam
mais são os melhores.]

Mas para mim não com justeza o dito de Pítaco
soa, embora por um sábio varão fa-
lado: disse que é difícil ser valoroso.
[Para mim é suficiente] ele não ser mau de todo
e conhecedor da justiça lucrativa para a cidade,
um homem saudável. A ele eu não
criticarei, pois dos estúpidos
a linhagem é infinita.
Todas as coisas são belas
às quais nada de feio está misturado.

Por isso eu nunca, buscando o que não
se torna possível, rumo à vã esperança
ineficaz, lanço porção de vida,
um homem de todo irreprochável entre tantos quantos
tomamos o fruto da terra espaçosa.
Mas após achar, vos anunciarei.
Eu louvo e amo todo
que, de bom grado, faz nada
de feio; a necessidade
nem os deuses combatem.

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