As duas opções principais de cenário para o fragmento 23 West são o erótico ou o histórico-político.
No primeiro caso, trata-se de um momento da conquista amorosa semelhante ao de 196a W; a dúvida é se um homem está falando do início ao fim (um homem revelando-se uma cidade conquistada para uma mulher seria algo estranho para um grego) ou se uma mulher toma a palavra a partir do verso 17 e diz para o homem gozar sua conquista.
A outra possibilidade é que se trata do diálogo entre Giges e a esposa de Candaules (cf. Heródoto 1) no dia posterior ao episódio em aquele a viu nua. Toda a fala seria de Giges, pisando em ovos para não ser morto pelos seguranças da poderosa rainha. Essa é a hipótese (eu achei genial) de Clay; não encontrei ninguém que a comenta.
Trabalhar com fragmentos não é fácil. Na minha tradução, não indiquei que vários termos que traduzi não são totalmente legíveis no papiro, como por exemplo, ‘formiga’.
Os textos que consultei foram:
WEST, M. (1974) Studies in Greek Elegy and Iambus. Berlin; New York
BOWIE, Ewen (2001) "Early Greek iambic poetry: the importance of narrative". In: CAVARZERE, Alberto; ALONI, Antonio; BARCHIESI, Alessandro (org.) Iambic Ideas: Essays on a Poetic Tradition from Archaic Greece to the Late Roman Empire. Lanham: Rowman & Littlefield
HANDLEY, Eric (2007) "Night thoughts (Archilochus 23 and 196a West". In: FINGLAS, P. J.; COLLARD, C.; RICHARDSON, N. J. (2007) Hesperos:studies in ancient Greek poetry presented to M. L. West on his seventieth Birthday. Oxford: Oxford University Press
CLAY, J. S. (1986) "Archilochus and Gyges. An interpretation of Fr. 23 West". QUCC 24: 7-17
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