"Incrível, não é que mortais aos deuses responsabilizam?
Dizem de nós vir os males; mas eles também por si mesmos,
graças à sua iniquidade, além do quinhão têm aflições,
como agora Egisto: além do quinhão, do filho de Atreu
desposou a lídima esposa e a ele, que retornara, matou,
sabendo do abrupto fim, pois já lhe disséramos,
enviando Hermes, o matador-da-serpente aguda-mirada,
que não o matasse nem cortejasse a consorte:
‘Por Orestes se dará a vingança pelo filho de Atreu
quando jovem tornar-se e desejar sua terra.’
Assim falou Hermes, mas não ao juízo de Egisto
persuadiu, benevolente. Agora tudo junto pagou."
Elizabeth Irwin, em um artigo de 1998 ["Biography, fiction, and the Archilochean ‘ainos’." JHS 118: 177-83], defende que a fábula usada por Arquíloco também evoca 1) a perda dos filhos em virtude da quebra de um acordo de casamento (Licambes – Arquíloco) e 2) o papel do poeta (Arquíloco) de acabar com os filhos do seu inimigo (Neobule e sua irmã) através da invectiva. Para o poeta, os filhotes da raposa são os filhos que o casamento não vai trazer.
Egisto casou, mas seu casamento foi estéril; ele não teve um filho que pudesse vingar o pai.
Nenhum comentário:
Postar um comentário