A mim Faraone (2008) convence que as passagens da Theognidea abaixo (respectivamente, 39-48 e 53-62) perfazem duas estrofes onde a segunda foi composta como uma resposta à primeira num contexto simposial. Se na primeira o problema da cidade são seus líderes, na segunda o problema está em um grupo de cidadãos.
Cirno, esta cidade está grávida, e temo que dê a luz a um varão
endireitador da nossa vil desmedida.
Esses cidadãos ainda são prudentes, mas os líderes
se voltaram a uma grande queda rumo à vileza.
Nunca a uma cidade, Cirno, bons varões destruíram,
mas quando apraz aos vis serem desmedidos,
aniquilam o povo e conferem sentenças aos criminosos
por conta de lucros privados e poder,
não espere que essa cidade muito tempo fique estável,
mesmo que agora jaza em muita tranquilidade...
Cirno, esta cidade ainda é cidade, mas outro é o povo,
os que antes nem costumes nem leis conheciam,
mas em torno das costelas couro de cabras usavam
e fora da cidade como cervos moravam.
Agora são valorosos, Polypaida; quem antes era distinto,
agora é reles. Quem suportaria ver isso?
Enganam-se mutuamente e riem uns dos outros,
não conhecendo as marcas dos vis nem dos valorosos.
Desses cidadãos, Polypaida, não tornes nenhum teu amigo
do peito por conta de alguma necessidade.
Tematicamente, o conjuto das duas estrofes relaciona-se, tematicamente (cf. 'referencialidade tradicional') a Sólon 4 W.
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